DOENÇAS MAIS COMUNS
Quando falamos de doenças em calopsitas na verdade falamos de doenças em aves. Desta forma vamos comentar algumas das principais doenças que podem ocorrer em aves e, em especial, em calopsitas.
Devemos, antes de mais nada, lembrar que doenças podem ser originárias de uma infinidade de fatores : Podemos já ter adquirido uma ave doente; Podemos ter adquirido uma ave doente (sem sinais exteriores) e esta ave ter contaminado nossas outras aves; Podemos ter uma ave estressada o que diminui sua resistência e, consequentemente, favorece o aparecimento de doenças; Podemos estar efetuando uma alimentação inadequada das aves e, desta forma, reduzindo sua resistência a doenças; Podemos estar fornecendo uma higiene precária o que favorece o aparecimento de doenças as mais diversas; As aves podem ter tido contato com aves livres ( pardais, rolinhas ) que, por sua vez, acabam trazendo alguma doença. Isto ocorre principalmente em viveiros que ficam mais expostos a eventuais contatos externos; Podemos estar fornecendo algum agente contaminante sem que percebamos à primeira vista ( por exemplo : deixando jornais ao alcance dos bicos das aves o que acaba por intoxicá-las e matá-las ). Poderíamos continuar neste exercício de pensamento por um bom tempo. Chances não faltam para que uma ave possa contrair algum tipo de doença e mesmo vir a falecer. O que temos que ter consciência é que, em qualquer um dos casos acima mencionados, a responsabilidade quase sempre é nossa. Ou por ignorância ( no bom sentido, no sentido de não conhecermos melhor algo) ou por falta de preocupação e cuidados com as aves. Naturalmente que temos os problemas vindos de fora ( exógenos ) . Mas mesmo nestes podemos minimizar os eventuais problemas que possam vir a aparecer. Então, ao invés de irmos logo falando sobre doenças vamos comentar sobre alguns aspectos de profilaxia e proatividade que vão, com certeza, diminuir as chances de termos problemas com doenças.
1) Psitacose ou Chlamidiose ou Febre dos psitacídeos:
Doença causada pela bactéria Chlamydia psittaci. Nas aves, a infecção pode ser aguda ou crônica. Os casos crônicos são difíceis de diagnosticar; uma ave pode incubar a bactéria por anos, de modo assintomático, aparentemente saudável. Por vezes, podem mostrar-se sonolentas, com perda de apetite e asas sem brilho, opacas. Nos casos agudos, o pássaro fica doente de repente, com olhos irritados e vermelhos (conjuntivite), anorexia (perda de peso, podendo chegar até a quadros de peito seco) e diarréia verde. Ainda, pode desenvolver problemas respiratórios (dificuldade em respirar, espirros), letargia, problemas hepáticos, aumento do baço e até morte.
A bactéria é altamente contagiosa, sendo transmitida por via aérea, via fezes e fluídos respiratórios (a bactéria consegue sobreviver em partículas por um bom tempo até ser inalada por outro animal). A transmissão é aumentada pelo contato direto com pássaros doentes ou infectados. Pássaros jovens e estressados (doentes, em nova dieta ou em mudança) são os mais susceptíveis.
O tratamento, se feito corretamente, tem altas chances de cura, e é feito a base de antibiótico tetraciclina (oxitetraciclina, doxiciclina, vibramycin), durando 45 dias. Durante o tratamento, qualquer fonte de cálcio deve ser eliminada.
Um ponto a destacar é que a psitacose é uma zoonose, ou seja, pode afetar o ser humano. Apesar de ser MUITO raro, pode atacar pessoas imunodeprimidas, como idosos, crianças, doentes, aidéticos ou grávidas.
2) Giardíase:
Resulta em indigestão, diarréia, pele vermelha, seca e escamosa, coceira e depenação.
3) Aspergillosis:
Doença causada por um fungo, Aspergillus fumigatus, que produz endotoxinas responsáveis pelo desenvolvimento dos sintomas. Quando os esporos do fungo entram no sistema respiratório da ave, causam graves infecções respiratórias. Essa doença pode ser fatal, principalmente em aves imunodeprimidas. Os esporos do fungo são transmitidos por alimentos, solo ou ar. Pássaros saudáveis, não estressados, são muito resistentes. Mas aves jovens ou velhas, tomando medicamentos, imunodeprimidas, em reprodução ou qualquer outro tipo de estresse são muito suscetíveis.
Os sintomas incluem esforço para respirar, respiração acelerada, mudanças na voz, fezes anormais, regurgitação, perda de apetite, aumento da sede, definhamento, diarréia, anorexia, secreção nasal, conjuntivite, dispnéia, sonolência e lesões internas nos órgãos respiratórios.
O tratamento é feito à base de anti-fúngicos (como amphotericin, flucytosine, fluconazole, itraconazole) e imunoestimulantes.
3) Infecções virais:
O poliomavírus aviário é um agente comum da morte de bebês, afetando principalmente aqueles entre 2 semanas a 5 meses. Um pássaro adulto infectado pode se mostrar saudável, sem sintomas, senso apenas portador. Mas os filhotes afetados apresentam problemas em quase todos os órgãos, o corpo não é capaz de processar comida, resultando na parada da digestão e morte. Também apresenta hemorragia sub-cutânea e infecções. Quando um adulto desenvolve sintomas, esses incluem perda de peso, infecções, má-formação das penas e morte por falência renal. Essa doença não tem cura, mas as aves podem ser vacinadas ainda quando bebês.
Outro causa a doença da dilatação proventricular, com perda de peso, sinais gastro-intestinais, neurológicos e morte.
4) Infecções respiratórias:
São comuns principalmente em regiões de baixa umidade. Também causadas por falta de vitamina A. os sintomas mais comuns são espirros muito freqüentes e secreção amarela ou verde nas narinas. Tratadas com antibióticos, nebulizações, suplementação vitamínica e antifúngicos.
5) Degeneração hepática:
Doença causada por dietas ricas em gorduras e pobres em nutrientes essenciais (biotina, colina e metionina), como se verifica em dietas baseadas em sementes, especialmente girassol. A doença consiste no aumento co conteúdo lipídico sangüíneo e falência hepática. O tratamento consiste em uma dieta balanceada, livre de hepatoxinas.
6) Deficiências nutricionais:
provenientes de dietas desbalanceadas, a base unicamente de sementes, com alto conteúdo de gordura e falta de proteínas e nutrientes essenciais. Os mais comuns são falta de cálcio e vitamina A. A falta de cálcio leva ao aumento da urina e sede (sinais de problemas nos rins), alem de fraturas (em decorrência de ossos fracos). Deficiência de vitamina A pode causar problemas de pele, digestivos e respiratórios.
OUTRAS DICAS
- Ao adquirir uma ave preste atenção nela. Uma ave saudável deve ser ativa. Procure ver se está se alimentando normalmente. Veja se os olhos dela estão bem abertos, limpos. Observe o aspecto geral das penas. Uma ave 'sapeca' normalmente é uma ave com saúde. Procure também observar o aspecto de baixo das aves, perto da cloaca (sim, o bumbum da ave!) . Uma ave saudável possui esta região limpa e seca. Caso a ave tenha esta região faltando penas, inchada ou suja de fezes isto quase sempre significa doenças com certa gravidade. Lembrar que quando compramos filhotes eles podem ainda estar emplumando e, portanto, estar faltando o desenvolvimento geral das penas. Mas os demais aspectos ainda devem ser observados. Note se as penas próximas aos olhos se encontram faltando ou como se estivessem 'molhadas' em uma direção específica. Isto pode demonstrar problemas.
- Mantenha sua ave recém-adquirida em quarentena. Procure ter uma gaiola própria para isso. Deixe a ave separada em média de 20 a 30 dias. Neste período observe o comportamento geral da ave e note se alguma doença se manifesta. Caso você não faça isto e coloque a ave diretamente com as outras pode ser que introduza alguma doença que venha, posteriormente, a dar grandes problemas e mesmo ocasione óbitos. Se possível procure dar vermífugo a esta ave, conforme sua bula.
- Filhotes são uma caso especial à parte pois exigem maiores cuidados e atenção. Antes de adquirir um filhote procure observá-lo. Verifique as condições das asas. Filhotes normalmente não estão totalmente emplumados. Mas o aspecto geral da ave deve dar uma possível dica de sua saúde. Se possível veja se o filhote é alimentado e aceita a papinha normalmente. Os olhos deve estar limpos e límpidos. Lembre-se que filhotes dormem mais mas aves demasiadamente paradas podem indicar problemas. Procure afagá-las. Ela deve reagir ao seu toque, normalmente se afastando pois não o(a) conhece. Caso a ave não reaja a este toque fique de sobreaviso. Algumas podem olhar para você e pedir comida, emitindo um chiado característico. Isto é bom sinal. Levante-a e olhe detidamente seu traseiro ( conforme anteriormente mencionado ) . Deve estar limpo, sem fezes grudadas, aspecto inchado ou úmido. Observe se a ave dorme e, ao respirar, acaba movendo seu rabo como que compensando o respirar. Procure ouvir sua respiração e notar se há algum chiado. Colocando a ave em seu dedo ela deve agarrá-lo com firmeza. Pode mesmo querer bicá-lo, o que também é bom sinal. As penas da ave devem estar todas normais, sem respingos de sangue.
- Higiene é a palavra de ordem. Adquira o hábito de sempre limpar gaiolas, comedouros, bebedouros. Águas devem ser trocadas diariamente ou mais de uma vez se constatado que se encontra suja. Procure utilizar água filtrada e fervida. Para as limpezas utilize produtos específicos animais para que não haja intoxicação indevida.
- Já foi comentado mas vale a pena reforçar : nunca utilize jornais na forragem das gaiolas. O chumbo que está presente nas tintas dos jornais é altamente tóxico para as aves. Utilize papéis pardo ou rosado ou ainda serragem.
- Evite o contato de suas aves com aves selvagens. Elas podem trazer inúmeros problemas como, por exemplo, piolhos. Basta que fiquem em cima de uma gaiola ou um viveiro para que alguns piolhos caiam dela e acabem infectando seu plantel.
- Forneça uma alimentação variada para sua ave. Forneça variedade em grãos, além de verduras, frutas e legumes. Não se esqueça do milho verde cru. Pão velho ou torrada ( pães normais, sem aditivos ) também deve ser oferecido.
- Utilize-se de vermífugos de forma regular, sobretudo se pretende tirar filhotes. Existem também produtos anti-coccidiostáticos que podem ser oferecidos de forma preventiva, conforme a bula.
- Uma ave bem alimentada , dispondo de variedade na alimentação, com água sempre fresca e potável e a higiene adequada dificilmente necessitará de remédios e veterinários. Os custos e trabalhos com estes itens podem acabar poupando dinheiro a médio e longo prazos. Pense nisso.
- Uma das melhores ferramentas para se manter a saúde das aves é a INFORMAÇÃO . Procure ler o mais que puder sobre suas aves. Participe de fóruns de discussões, mantenha-se sempre atualizado(a) .
- Faça da OBSERVAÇÃO uma ferramenta a mais na sua criação. Utilize diariamente um tempo para observar todas as aves. Procure por comportamentos que mudam, fezes que se alteram, por mudanças dos hábitos das aves. Observe sempre como elas estão, se continuam ativas, se continuam brincando. Qualquer mudança repentina pode significar problemas . Desta forma podemos agir a tempo de efetuar uma cura efetiva. Caso não as observemos podemos apenas notar uma doença em estágio avançado, quando nenhum tratamento mais surtirá efeito.
- Calopsitas não gostam de ambientes 'agitados' . Justamente porisso acabam não se dando bem com crianças que, justamente por serem crianças, são afoitas, agitadas. O melhor a fazer é , se for o caso, separá-los. Forçar uma ave numa situação que não lhe é normal pode gerar grande estresse o que, por sua vez, pode desencadear doenças. Sempre se dirija a elas com tom de voz cordial, falando normalmente. Isto gera confiança no relacionamento.
- Evite 'ganchos' e cordas em viveiros ou gaiolas. As aves podem ficar presas em ganchos, ferindo-se . Cordas também não são recomendadas pois podem prendê-las, inadvertidamente, e vir a causar problemas fatais.
ALERTAS E TOXINAS
1) Gatos: 2) Perigos caseiros comuns: 3) Comidas tóxicas: • Bebidas alcoólicas: apesar de óbvio, nunca é demais lembrar: nunca dê bebidas alcoólicas a seu pássaro, são totalmente proibidas. Além de ser cruel e nada divertido embebedar uma ave, o fígado delas não consegue metabolizar o álcool, podendo causar lesões cerebrais e morte. Mesmo a inalação de etanol deve ser evitada, pois causa intoxicação. • Chocolate: proibido totalmente. O consumo de pequenas quantidades pode causar hiperatividade, vômitos, diarréia, batidas cardíacas irregulares, ataques e morte. • Cafeína: aqui se incluem bebidas cafeinadas, como café e chá. Os sintomas são o mesmo de chocolate. • Gordura: o excesso de gordura pode causar doenças hepáticas, obesidade, diarréia, problemas nas penas, além de afetar a absorção de nutrientes. • Sal: os psitacídeos não conseguem excretar sal como nós. Por isso, o consumo de sal causa excesso de urina e consumo de água, depressão, hiperatividade, tremores e até morte. • Outros alimentos que devem ser evitados: folhas de batata, tomate e feijão, semente e caroços em geral (principalmente os de maçã, damasco, cereja, pêra, ameixa, pêssego e abacate). 4) Brinquedos perigosos: 5) Gaiolas: |
ANALISANDO OS ESCREMENTOS
A cor e consistência das fezes nos ajudam a observar a saúde das aves no que se refere ao sistema digestivo. O normal são excrementos constituídos de urina (a aparte líquida, não cristalizada), uratos (material branco cristalizado) e fezes (material consolidado, seco, de cor verde a amarronzada, resultante da comida digerida), sem mau cheiro.
1) Fezes: As fezes devem ser sólidas e tubulares, enroladas ou não, particionadas ou não. Elas não devem cheirar mal; quando isso ocorre, pode ser sinal de infecções bacterianas. Veja o significado das cores das fezes ou diarréia: • Amarela: deve-se à má absorção e digestão dos alimentos por problemas no pâncreas ou fígado. 2) Urina: • Uratos verdes ou amarelos: doença do fígado ou anorexia 3) Problemas que afetam o sistema digestivo: • Fezes amolecidas, com sangue, mal cheirosas e escorridas: São sintomas de Inflamação Intestinal. O sangue é proveniente de hemorragias causadas pela destruição de células intestinais. A região da cloaca fica constantemente suja, o corpo tenso e as penas eriçadas. Pode ser causada por alimentos embolorados, mais comuns em épocas quentes, parasitas e microorganismos. Nestes casos, aparece febre. Através de exame determina-se a causa e o veterinário indica um antifúngico, um antiparasitário ou um antibiótico. Outra causa, bem mais rara, é envenenamento por tinta devido a bicar superfícies pintadas, como a parede na qual a gaiola fica encostada ou o próprio cromado e dourado habitual da gaiola, havendo queda da temperatura corporal em vez de febre. Para curar o envenenamento, usa-se soro, glicose, sulfato de atropina ou antídoto, dependendo do tóxico. • Diarréia ligeiramente amarelada, febre com tremores e pulos de um lado a outro, pequenas verrugas na cabeça e dedos: Estes sinais indicam Difteria, conhecida também como Varíola ou Bouba. É causada por um vírus (poxvírus) altamente resistente ao calor e a desinfetantes, mesmo os mais fortes. É muito contagiosa. Em uma segunda etapa causa úlceras na boca, traquéia, pulmões e aparelho digestivo e, por isso, a diarréia ganha uma coloração avermelhada ou escura. Cura-se com antibióticos e dá-se vitaminas para ajudar a cicatrização das úlceras. • Diarréia amarelo ocre, às vezes com sangue vivo, mal cheirosa, penas arrepiadas, mais apetite e sede: Sinalizam Colibacilose que atinge principalmente aves com baixa resistência. O micróbio Escherichia coli, que a causa, é transmitido pela água, alimentação e fezes. Toma, através da corrente sangüínea, os sistemas digestivo, respiratório e reprodutivo, inflamando o oviduto (Salpingite) e causando, com isso, o aumento do volume abdominal e dificuldade de evacuação. Inflama também articulações, gerando atrite, fazendo a ave recolher o membro e, eventualmente, bicar o local inflamado. Se a doença atacar com violência pode causar morte rápida. • Diarréia esbranquiçada com sangue, ofegar, febre, penas arrepiadas, pulsação acelerada e gemidos de dor: Indicam Salmonelose, também chamada de Paratifo. O contágio é alto. Dá-se através das fezes de pássaros doentes ou de sementes e verduras contaminadas por essas fezes, com mais freqüência em aves debilitadas. Se a mãe, ou outro pássaro que estiver na gaiola com os filhotes, pegar a doença, pode ter certeza - os filhotes também a pegarão. Cura-se com antibiótico, fornecendo bastante água e desinfetando as gaiolas e poleiros usados pela ave doente. A doença atinge, além do sistema digestivo, o sistema reprodutivo e, com menor freqüência, o respiratório, através da circulação do sangue. O índice de mortalidade é alto. • Diarréia escura e fraqueza: Pode ser indício de Coccidiose, causada por um dos seguintes protozoários: Eimera sp e Isospora sp. Uma ave saudável e bem alimentada resiste bem ao ataque desta doença, que pode ser controlada com coccicidas ou coccidiostáticos. Mas o pássaro com baixa resistência corre o risco de morrer em poucos dias, devido à desidratação e perda de apetite causadas pela diarréia. O diagnóstico é feito por exame de fezes. • Diarréia verde com sangue, tremores, desmaios e convulsões: A Psitacose, também chamada de Ornitose ou Febre de Papagaio, é uma doença grave que ataca papagaios, periquitos, araras e outros psitacídeos, causando comprometimento do fígado, dificuldade respiratória, conjuntivite e sinusite. Pode ser pega também pelos humanos, que ficam com febre, dores em articulações e mal estar. Por isso, em caso de suspeita, não toque na ave, nem na gaiola e mantenha-a isolada em enquanto o veterinário não vier. O microorganismo que causa só é detectado por exame de laboratório. É curada através de antibióticos, tanto nas aves como nas pessoas. • Abdômen saliente, fraqueza, diarréia esverdeada às vezes com sangue, eventual incoordenação motora: São indícios de Toxoplasmose ou Lankesterella, doenças raras em aves de cativeiro, provocadas por protozoários que destroem células do fígado, que fica inchado. São doenças graves pois causam lesões irreversíveis no sistema nervoso. Atacam especialmente filhotes. São de cura difícil. Quando no início, pode-se tentar tratamento com antiprotozoários. Ocorrem mais em Pombos. A toxoplasmose é transmissível ao homem, porém nunca pelo contato com ave doente, mas apenas pela ingestão se sua carne, se não estiver bem cozida. • Pernas encolhidas, necrose dos dedos, eventual diarréia, dificuldade de respirar e penas arrepiadas: Significa Estafilococose, doença causada pela bactéria Staphylococus sp. Inicia com pequenas lesões, na forma de abscessos na planta dos pés, surgindo a dificuldade de pular de um poleiro ao outro devido à dor - a ave mantém a perna constantemente encolhida. Percebe-se um aumento de volume nas articulações (juntas dos ossos, dos dedos e das pernas). Em seguida, as lesões atacam os dedos, que ficam escuros e sem movimentação devido à necrose e podem cair. É possível a doença avançar ao aparelho digestivo e respiratório. Neste caso, acrescentam-se os sintomas diarréia, dificuldade de respirar e penas arrepiadas. Em pouco tempo a infecção pode se generalizar e causar a morte. A contaminação se dá por via digestiva ou através de feridas. Cura-se com suplementação vitamínica, pomada anti-séptica e antibiótico. • Mãe com peito molhado em conseqüência da diarréia dos filhotes: É a chamada Diarréia de Ninho, que atinge filhotes de várias espécies e que, se não for curada de imediato, pode transformar-se em uma enterite, inflamação do intestino que é a principal causa de morte de filhotes. A causa mais comum é a alimentação imprópria que deve ser eliminada logo. Outra possibilidade é uma reação ao ataque de parasitas como sarna, piolho e ácaros, que diminuem a resistência orgânica e com isso provocam a diarréia. Deve-se logo eliminar as parasitas com uma limpeza rigorosa da gaiola e do ninho e uma lavagem com Cândida. A seguir, coloca-se piolhicida atóxico no ninho para eliminar os parasitas que ficaram na mãe e nos filhotes. O molhado do peito da mãe, popularmente chamado de suor, na verdade é própria diarréia dos filhotes devido ao contato físico (as aves não têm glândulas sudoríparas). • Magreza com tristeza, eventual diarréia com muita água, estrias de sangue e alimento mal digerido: Pode ser sinal de vermes de vários tipos, que atacam o aparelho digestivo ou o respiratório. É preciso identificar o tipo de verme, por exame de fezes, para saber o remédio adequado e aí obter a cura. Aves que pisam no chão são as mais sujeitas. • Vômito, penas arrepiadas, perda de peso progressiva, eventual diarréia: Esta doença atinge o sistema respiratório e digestivo. O papo fica com uma substância líquida, expelida no vômito. Há dificuldade ingerir alimentos, às vezes diarréia e pequenas placas esbranquiçadas dentro do bico. A Candidíase é causada pela levedura Cândida albicans que se prolifera no aparelho digestivo. Atinge aves com baixa resistência. Em caso de dúvida, um exame de fezes permite o diagnóstico. Cura-se com antifúngicos. • Olhos fechados, diarréia, prostração que faz encostar o bico no chão: É a Doença de Pacheco, descoberta em 1930 pelo veterinário Genésio Pacheco, causada por um vírus do grupo herpes que se encontra no ar. Ataca o sistema digestivo, além do respiratório, quando há grande baixa de resistência. Só com um exame sofisticado, feito por poucos laboratórios, pode ser confirmada. A cura é muito difícil devido à fraqueza da ave, mas é tentada com imuno estimulantes e complexos vitamínicos.
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